28 de nov. de 2013

MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO ASSENTAMENTO NOVA ESPERANÇA I, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP



Regiane e Valdir Martins apresentam a conversão agroflorestal da produção intensiva de hortaliças: estágio inicial - linhas de café alternadas com bananeiras e frutíferas diversas (juçara, condessa, uvaia e outras), além de adubação verde (mamona/guandu/feijão de porco) e culturas anuais (diversidade de pimentas, abóbora, brócolos). Há aléias (faixas) de guandu (Cajanus cajan).

Objetivo: Preparar agricultores familiares e técnicos de instituições de assistência técnica, pesquisa e extensão rural para instalar e manejar sistemas agroflorestais, adotando a metodologia participativa de mutirões. 

Programação: implantação de um sistema agroflorestal em mutirão, reunião de avaliação, informes e encaminhamentos para organização do MST. 


Área de implantação do SAF.
Local: Assentamento Nova Esperança I, Sítio da família Martins. Área localizada nos fundos do sítio em relevo suave ondulado, solo de textura arenosa e argila de estrutura maciça no subsolo (>1,5m profundidade). O local escolhido pelos agricultores se deve à necessidade de combater os incêndios em pastagens e proteger o único recurso hídrico da propriedade (nascente).


Data do evento: 28/10/2013 


Parcerias: Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba (Fazenda Coruputuba, APTA – Polo Vale do Paraíba, Sítio Terra de Santa Cruz, Faculdade Cantareira), INCRA, Instituto Biosistêmico, produtor rural de Pindamonhangaba Antonio, Prefeitura de São José dos Campos, agricultores do Assentamento Olga Benário – Tremembé e agricultores do MST acampados em Lagoinha. 

Breve resumo: 32 participantes implantaram um sistema agroflorestal em uma área de 800m², contendo linhas de bananeiras BRS Conquista (3x4m) intercaladas com linhas de culturas anuais/adubação verde. Entre as bananeiras, plantou-se graviola em linhas alternadas (ora linha só de graviola entre bananeiras, ora linha de frutas nativas/exóticas entre as bananeiras), além de diversidade de plantas adubadeiras (mamona ‘Preta’, guandu ‘Mandarim’, tefrósia, crotalária e feijão de porco) em todas as linhas de banana. Culturas anuais tolerantes à sombra (açafrão e araruta) foram plantadas entre as bananeiras a cada 1m, também, em linhas alternadas: uma linha de araruta, outra de açafrão. As entrelinhas de banana receberam duas linhas de mandioca biofortificada IAC 6-01 (1x0,8m) e uma linha de inhame (atual taro: Colocasia esculenta) no centro, além de espécies adubadeiras de sementes (guandu, mamona, flemíngia) e milho variedade ‘Sol da Manhã’. Na linha do taro, plantou-se a cada 5m uma cova de cana (garapa/adubação). Conforme decisão dos produtores, a área foi subdividida em dois tratamentos: área superior (400m²) recebeu uma linha de biodiversidade arbórea nas entrelinhas da banana consorciadas com o taro/cana entre as fileiras duplas de mandioca. Nos outros 400m² da porção inferior do terreno, houve uma seleção da diversidade arbórea introduzida entre as bananeiras em consórcio com a graviola: ex. graviola+cedro do campo, graviola+jatobá, graviola+anjico, graviola+guanandi. Nesse talhão, a linha de culturas anuais (2 linhas de mandioca e 1 linha de taro) perceberam o consórcio de milho e adubos verdes anuais e semi-perenes, possibilitando a mecanização do módulo com microtrator para o cultivo intercalar intensivo das culturas anuais. Estacas de margaridão (Tithonia diversifolia) foram distribuídas por toda área.

Transporte das mudas. 

Oficina de planejamento participativo.




Encaminhamentos da Reunião: agricultores do MST demandaram novos mutirões e os técnicos do IBS decidiram apoiar a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba para organizar e instalar os módulos agroflorestais nos assentamentos da região. O próximo mutirão ocorrerá no Sítio da Carmem/Valdirzão no Assentamento Olga Benário, Tremembé (12/11/2013).

Confraternização: ao fundo a área implantada (esq.) e a direita as pastagens degradadas.

Alimentação saudável:
Bebidas: sucos de uvaia, inhame cru (taro) com gengibre e couve/limão.
Comidas: peixe/carne de panela, arroz, feijão e salada.
Facilitador relator: Antonio Carlos Pries Devide - pesquisador da APTA
Relatores: Patrick Assumpção (Fz. Coruputuba), Keila Mavezzi (Fac. Cantareira) e Antonio Devide (APTA)


Tabela 1. Relação de espécies.
1
Banana BRS Conquista
Frutos/adubação
2
Graviola
Frutos
3
Pinha
Frutos
4
Araruta
Alimento
5
açafrão
Alimento
6
Inhame (taro)
Alimento
7
Milho
Alimento
8
Mandioca IAC 6-01
Alimento
9
Feijão Guandu
Alimento/adubação verde N
10
Feijão de Porco
Adubação verde N
11
Crotalária
Adubação verde N
12
Margaridão
Adubação verde N, P, K
13
Cana
Alimento/adubação carbono
14
Guanandi
Madeira
15
Ingá
Adubação/alimento
16
Guapuruvú
Madeira/adubação
17
Ipê rosa
Madeira
18
Ipê branco
Madeira
19
Ipê amarelo cascudo
Madeira
20
Nim
Madeira/extratos vegetais
21
Cedro do campo
Madeira
22
Imbirussú
Madeira
23
Aldrago
Madeira/adubação
24
Aroeira
Madeira/adubação/condimento
25
Dedaleiro
Madeira/adubação
26
Anjico
Madeira/adubação
27
Jatobá
Madeira/adubação/medicamento
28
Condessa
Frutos
29
Araçá
Frutos
30
Uvaia
Frutos
31
Pitanga
Frutos
32
Grumixama
Frutos
33
Cambucá
Frutos
34
Juçara
Frutos
35
Tamarindo
Frutos
36
Cará
Alimento
37
Peixinho da Horta
Alimento




Um comentário:

  1. Estamos empolgados com todos os lançamentos dos safs que iram acontecer, espero que todos estejam sentindo o mesmo, não a nada mais belo que plantar uma muda e ver o seu crescimento e saber que dali não saira apenas seu sustento mais um objetivo um ideal que é o reflorestamento com auto sustentabilidade existe algo melhor

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